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Cultura é a bola da vez?!

por Roberto Zardo,

Presidente do ExcelênciaSC

Nas últimas semanas estamos sendo bombardeados com discussões, protestos, invasões, entre outras manifestações sobre o tema cultura. Neste artigo gostaria de convidar o leitor a refletir sobre o papel crucial que um tipo específico de cultura desempenha na competitividade nas organizações privadas e na entrega de bem estar social nas públicas. Refiro-me a cultura organizacional pela excelência em gestão. Pesquisadores contemporâneos identificaram pelo menos 167 definições de cultura. Fiquem tranquilos, pois vou tecer alguns comentários sobre uma destas tantas definições e deixar que a mídia continue explorando as demais. Temos “cultura”, “Cultura”, “culturas”, etc. para todos os gostos e tipos. Vamos manter o foco.

De forma simplista, com ajuda do psicólogo e autor suíço Edgar Schein, entendemos cultura organizacional como a soma de todas as certezas compartilhadas e tidas como corretas que um grupo aprendeu ao longo de sua história dentro de uma organização. Em suma, cultura organizacional é o resíduo do sucesso de uma determinada organização. Uma cultura voltada para a excelência em gestão é a argamassa que mantém a organização focada na entrega consistente de elevados padrões de qualidade e atendimento aos clientes e a todas as partes interessadas. Além disso, proporciona senso de identidade às pessoas, facilitando desta forma o comprometimento com algo maior do que os interesses individuais de cada um.

Cabe aqui uma pergunta chave. Como se formam as culturas organizacionais voltadas para a excelência em gestão? Não existe receita pronta e infalível. Existem alguns passos importantes. Por exemplo: iniciando pela demonstração clara dos valores, crenças e uma visão sistêmica dos fundadores aliada à constância de propósitos de buscar a excelência em tudo que é feito. Com base nisso são estabelecidos os critérios para atrair pessoas que demonstrem aderência aos valores e crenças mencionados anteriormente. Depois de contratadas as pessoas passam por vários processos de socialização, onde os gestores devem por meio de exemplos e não só de palavras estimularem os novos contratados a praticarem consistentemente ações que entreguem produtos e/ou serviços excelentes aos clientes e as demais partes interessadas.

Convido o leitor a refletir como, mesmo em tempos de crises profundas como a que estamos tendo no Brasil, algumas organizações parecem sentir menos os efeitos que outras. Se analisarmos com maior profundidade é muito provável que estas organizações que sobrevivem e até crescem em momentos difíceis, têm uma cultura de excelência em gestão da qual não abrem mão, pelo contrário a estimulam em todos os momentos de sua existência. Em resumo, a criação e fortalecimento de cultura organizacional de excelência em gestão pode ser um ponto final nas intermináveis discussões acaloradas sobre o tema e na conquista de competitividade e/ou bem estar social em nossas organizações.

 

 

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