Chapecoense: tempo de reconstrução
Por: Neivor Canton
Vice-presidente da Cooperativa Central Aurora Alimentos e vice-presidente para as regiões meio oeste e oeste do MOVIMENTO CATARINENSE PELA EXCELÊNCIA
A tragédia com a delegação da Associação Chapecoense de Futebol é um daqueles eventos que cravam fundo em nossa memória. Não existe antes, nem depois, ele fica perenizado. A dor e a comoção persistirão em nossos corações, mas, isso não pode obliterar algumas avaliação e projeções.
A Chape era uma construção coletiva que, logicamente, teve protagonistas e coadjuvantes, desde fundadores e refundadores do Clube até anônimos torcedores. Aos 43 anos, representava um patrimônio em termos de historia, títulos e conceitos. Depois de correr risco de desaparecer, vivia um profícuo período de êxitos e crescimento que resultou de um novo tempo: os últimos dez anos foram marcados por uma gestão profissional, com visão empresarial com eficiência gerencial. Trabalho dedicado, firmeza de propósitos, clareza de objetivos permearam essa fase.
O capital humano era extraordinário: jovens talentos em ascensão e consagrados jogadores formavam um amálgama de cooperação e coesão. A comunidade regional envolvente participava, apoiando e patrocinando. O resultado é conhecido pelo salto monumental da Série D para a Série A do Campeonato Brasileiro.
Abatida no melhor momento de sua história, o desaparecimento de jogadores, comissão técnica, dirigentes e jornalistas criou uma comoção sem precedentes no mundo. Parece que a desmaterialização da equipe liberou uma magia que revelou um encanto secreto, uma sedução irresistível que atingiu milhões de pessoas. Um clube do interior do Brasil subiu para um patamar superior e a força da comunicação tornou a Chape planetária. Sua história, seus valores, seus feitos tornaram-se admirados em todos os continentes.
Não podemos, não devemos e não deixaremos morrer o legado da Chapecoense, construído com trabalho e simplicidade. Precisamos aproveitar esse capital comunicacional para uma reação tenaz, articulada e eficaz de reconstrução e perpetuação do Clube. Esse é, atualmente, o dever que se impõe a todos nós. Somente assim estaremos verdadeiramente honrando a memória daquela magnífica equipe.